Desde agosto do ano passado, a Azul e a Latam tiverem um acordo de compartilhamento de voos em meio aos momentos mais críticos da pandemia.
No começo desta semana, a Latam anunciou o fim desse compartilhamento devido a um desempenho menor do que as expectativas.
Agora, a Latam Group tem resistido às intenções da Azul de consolidar a compra da operação da Latam, sua até então rival no Brasil.
Embora não haja proposta formal até o momento, nada poderá ser oficializado antes da Latam apresentar de maneira oficial seu plano de recuperação aos credores.
O presidente da empresa diz que não pretende se desfazer de sua operação no Brasil. Segundo ele, a força da Latam está na complementaridade das operações em diferentes países.
A Azul divulgou que a consolidação do setor é uma tendência no pós pandemia e se posiciona interessada e em uma posição forte para o processo, mas o presidente da Latam ainda disse que não houve conversas a respeito da venda da empresa.
Em uma possível aquisição, além de dinheiro, a Azul pode financiar a compra da Latam do Brasil por meios como assumir dívidas ou oferecer ações. O Brasil representa parte significativa dos negócios do grupo da Latam.
Ainda nessa linha, ela deve apresentar seu Plano de Recuperação Judicial (PRJ) à justiça até o final do mês de julho, em Nova York.
Advogados que representam credores da Latam no Brasil explicam que em meio ao cenário de recuperação da Latam, o processo de compra pela Azul passa a ser mais complexo, mas ainda sim possível.
Além disso, caso de fato uma aquisição ocorresse, poderia haver uma objeção do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (CADE), dado que a empresa resultante desta compra deteria mais de 60% do mercado.
Em abril, a Latam operou com 38% de sua capacidade e atualmente opera com 49%. Ainda de acordo com o presidente da empresa, eles pretendem contratar mais de 700 tripulantes até o final deste ano, além de ampliar a frota de cargueiras e receber mais aviões para o transporte doméstico de passageiros.