Inflação trocando de marcha, buzinando e pedindo passagem. Junto com o pé no freio da recuperação econômica. O Waze da economia está indicando que tem uma subida da Selic a frente.
Nesta quarta-feira (8), o mercado vira a atenção para a última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) do ano, para a decisão da nova taxa Selic. A previsão é de que a taxa básica de juros aumente 1,5 ponto percentual (p.p.) e chegue a 9,25% ao ano.
O que é a taxa Selic?
A taxa Selic é a nossa taxa básica de juros. Isso quer dizer que todos os juros de empréstimos e financiamentos, são calculados a partir desse valor.
Além disso, a Selic é a principal ferramenta do Banco Central (BC) para controlar a inflação do país.
Geralmente, quando a inflação está subindo, o BC sobe a taxa Selic junto para diminuir o crédito na economia e controlar o aumento dos preços, assim como o seu inverso é verdadeiro.
Quais os motivos para essa subida da Selic?
Primeiramente, a aceleração da inflação que já chega a dois dígitos nos últimos doze meses e a previsão é para aumentar ainda mais até o final do ano.
Outro fator que contribui para esse cenário é a desaceleração na recuperação econômica do Brasil. Já que no último trimestre foi decretado uma recessão técnica com o resultado de -0,1% no PIB do país.
Todos esses fatores juntos aumentam os temores dos investidores. E assim, pressionam o comitê a aumentar os juros e tentar voltar a assumir o controle dos rumos da economia.
Quais os impactos desse aumento?
Com a subida da Selic, o acesso ao crédito, ou seja, os empréstimos e financiamentos, ficam ainda mais difíceis porque estão se tornando mais caros.
Já os títulos de renda fixa tendem a chamar mais atenção por fornecer uma remuneração maior e mais atraente.
Isso pode impactar até na bolsa de valores. Já que a remuneração de ativos com menos riscos está aumentando, muitos investidores optam por vender parte das suas ações e comprar títulos públicos, por exemplo.