O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), considerado a prévia da inflação no Brasil, subiu 1,17% em novembro, em comparação com o mês anterior. O número divulgado hoje (25) pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) representa a maior alta para o mês desde 2002, quando o IPCA-15 subiu 2,08%.
A variação positiva ocorreu após uma alta de de 1,2% do IPCA-15 em outubro. Neste ano, o indicador já acumula uma alta de 9,57%, enquanto nos últimos 12 meses a variação positiva chega a 10,73%.
Neste mês, o índice veio levemente acima das expectativas dos especialistas. Os economistas consultados pela Refinitiv, por exemplo, previam uma alta de 1,10% em novembro e 10,65% em 12 meses.
O que é o IPCA-15?
O índice é nada mais nada menos do que uma prévia do IPCA, que é o indicador oficial de inflação no Brasil.
O IPCA mede o aumento dos preços entre o primeiro e o último dia do mês e é divulgado mensalmente na segunda semana. Já o IPCA-15 faz este cálculo entre o dia 16 de um mês até o dia 15 de outro, o que já consegue criar um panorama do aumento dos preços e movimentar o mercado.
O que contribuiu para alta?
Os nove grupos de produtos e serviços pesquisados pelo IBGE tiveram aumento nos preços em novembro.
O setor de transportes foi responsável por acelerar essa alta, com variação de 2,89% no mês. Dentro desse segmento, o preço da gasolina decolou 6,62% e causou o maior impacto individual do índice no mês por conta de sua relevância.
Além disso, o setor de habitação também se destacou com alta de 1,06%, impulsionado pelo preço do gás de botijão (+4,34%) e da energia elétrica (+0,93%). Confira a seguir a variação de todos os grupos:
- Transportes: +2,89%
- Vestuário: +1,59%
- Artigos de residência: +1,53%
- Habitação: +1,06%
- Saúde e cuidados pessoais: +0,80%
- Despesas pessoais: +0,61%
- Alimentação e bebidas: +0,40%
- Comunicação: +0,32%
- Educação: +0,01%
Quais são os impactos disso?
Na prática, o dado divulgado pelo IBGE é mais um dos indicadores da inflação descontrolada no Brasil. Já esquecida no churrasco, a meta da inflação para 2021, definida pelo Conselho Monetário Nacional (CMN), é de 3,75%, com tolerância de 1,5 ponto percentual para baixo ou para cima.
Como consequência deste cenário, o poder de compra da população é reduzido, já que o salário recebido não acompanha a alta dos preços.