Os preços das commodities agrícolas devem desacelerar ao longo dos próximos anos, conforme informações da Organização para Alimentação e Agricultura (FAO, na sigla em inglês) da ONU e da Organização para Cooperação e Desenvolvimento Econômico (OCDE).
De acordo com as entidades, o aumento da produtividade diante do avanço tecnológico e a desaceleração na demanda chinesa devem motivar esta trégua.
Segundo um relatório divulgado pelas organizações, a demanda chinesa ainda será responsável por guiar os mercados agrícolas mundiais entre 2021 e 2030, principalmente em relação ao consumo de carnes e peixes.
No entanto, as entidades esperam que ocorra uma desaceleração desta demanda neste período, o que motivará a redução dos preços.
"Os fundamentos não nos dizem que iremos para um superciclo dos preços das commodities"
A desaceleração deve ocorrer após um forte avanço nos preços dos alimentos, que se intensificou em 2020.
A disparada, impulsionada pela pandemia do novo coronavírus, foi causada também pelo aumento nas importações chinesas e pela diminuição dos estoques de commodities mundiais.
Por conta desses fatores, as entidades esperam que os custos para importadores atinjam recordes neste ano.
Emissão de poluentes e fome zero
Por outro lado, o relatório prevê que as emissões causadas pela agricultura devem aumentar cerca de 4% nos próximos dez anos. A criação de animais deve ser responsável por 80% deste avanço da liberação de poluentes causadores do efeito estufa.
Esta não foi, no entanto, a única notícia negativa apontada pelo relatório. Conforme as organizações, a meta da ONU de “fome zero” até 2030 ainda é um cenário distante.
Segundo o secretário-geral da OCDE, Mathias Cormann, é necessário concentrar os subsídios agrícolas em infraestrutura e inovação para garantir a distribuição e o acesso dos alimentos em determinadas regiões.