O ministro da Economia, Paulo Guedes, não curtiu muito a ideia de taxar os dividendos em “apenas” 15%, de acordo com fontes do jornal Valor Econômico. Segundo o veículo, o ministro declarou que se esta taxa for definida, “é melhor nem ter reforma do Imposto de Renda“.
Isso porque a proposta original apresentada por Guedes era de uma taxa de 20%, para se aproximar aos valores seguidos por outros países ao redor do mundo. No Canadá, por exemplo, a cobrança chega a 38%.
A declaração ocorreu após o presidente da Câmara dos Deputados, Arthur Lira, afirmar que os senadores e deputados estavam em busca de uma alíquota menor para os dividendos. Segundo ele, o Senado discutia uma cobrança de 15%, enquanto a Câmara dos Deputados já estava falando até em 10%.
Vale lembrar que votação da reforma do Imposto de Renda na Câmara foi adiada mais uma vez nesta semana, como já mostramos aqui. A ideia de taxar os dividendos foi, justamente, um dos principais impasses para o adiamento.
Será que até 20% é pouco?
Além da informação divulgada pelo jornal, hoje (20) o ministro participou de uma audiência no Senado e comentou sobre o assunto. Segundo ele, até mesmo a taxação de 20% é “muito modesta”.
Guedes ressaltou que a reforma é uma forma de contribuir para a recuperação econômica do Brasil. Além disso, ele afirmou que a reforma é bem simples, já que propõe a diminuição das taxas sobre a renda das empresas ao mesmo tempo que passa a cobrar sobre os dividendos.
Com isso, o ministro acredita que os investimentos no país irão aumentar, já que os encargos sobre as empresas serão menores.
E o que isso muda na minha vida?
No modelo atual, os dividendos possuem imposto nenhum, ao contrário de outros proventos, como os juros sobre capital próprio, por exemplo. Com a mudança proposta por Guedes, aqueles que recebem R$ 20 mil ou mais em dividendos por mês, terão que pagar 20% em impostos.