Quando a onda é de azar, não tem quem faça as coisas darem certo, e, para somar à crise, a Petrobras agora vai ter que explicar para a CVM se não houve manipulação na renúncia do presidente.
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A Comissão de Valores Mobiliários (CVM) anunciou que abriu um processo contra a Petrobras nesta segunda-feira (20). Sendo assim, o foco se manterá em apurar a declaração de renúncia de José Mauro Coelho do cargo de presidente da empresa, na manhã de hoje.
O processo aberto desta vez se soma a outros quatro que a CVM já moveu contra a empresa somente este ano. Todos, seguem a mesma linha: entender se os anúncios feitos pela empresa constituem manipulação fraudulenta do mercado.
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A CVM é a entidade ligada ao Ministério da Economia que fica com um olho aberto, e o outro também, nos movimentos do mercado financeiro. Nesse sentido, a CVM fiscaliza os atores do setor como corretoras, fundos e até as empresas listadas na bolsa de valores.
Portanto, sempre que há algo relevante às empresas da B3, como a destituição de um presidente, por exemplo, a CVM exige ser notificada. Tudo isso, com o intuito de assegurar que informações privilegiadas sejam utilizadas como estratégia financeira.
No caso da Petrobras, a CVM está querendo entender se, com o cenário de crises cheio de idas e vindas de informações relevantes, os responsáveis seguiram as normas prescritas.
Por que o alerta acendeu?
Apesar da demissão de Mauro Coelho ter vindo à tona somente na manhã desta segunda, ela vem sendo ventilada desde o final de semana. Sendo assim, a CVM decide agora apurar se não houve irregularidades nas notificações.
Além disso, no sábado (18), para piorar, o presidente Bolsonaro levantou a possibilidade de abertura de uma CPI contra a Petrobras, e ainda disse que hoje a empresa perderia mais R$ 30 bilhões em valor de mercado, além dos R$27,3 perdidos na última sexta (17).