No primeiro Boletim Focus, após a Selic subir para 4,25% ao ano, as estimativas para a inflação e para a taxa básica de juros continuam subindo.
O que é o Boletim Focus?
Esse boletim funciona como um termômetro da nossa economia e como um referencial para entender quais devem ser os próximos passos da nossa política monetária.
IPCA (5,82%)
Pela décima primeira semana seguida a previsão para o IPCA sobe, ficando bem próximo de bater os 6% ao ano (a.a.).
Essa expectativa do mercado a respeito da inflação já preocupa há um tempo, porque a meta do Banco Central para o índice de aumento de preços está na casa dos 5,25% a.a.
Isso quer dizer que será necessário medidas mais restritivas para a nossa política monetária.
Mas lembrando que essa é uma estimativa estatística, ou seja, precisamos ver o desempenho do IPCA para ter certeza de que a inflação estará controlada ou não.
PIB (4,85%)
Ao mesmo tempo em que a projeção do nosso poder de compra vai pro brejo, a previsão do nosso fluxo de criação de riquezas está melhorando, sobe pela nona semana seguida e chega ao patamar de 5% a.a.
Taxa de Câmbio (R$ 5,18)
A taxa de câmbio é basicamente o valor que uma moeda vale comparada a outra. Neste caso é sempre comparado o real com o dólar.
Já a expectativa para a taxa de câmbio cai pela segunda vez seguida e chega a R$ 5,10.
Será que a visita ao Mickey vai ficar mais em conta?
Taxa Selic (6,25%)
A taxa Selic é a taxa básica de juros do Brasil, exatamente por ser a “taxa básica” ela é a referência para todas as outras taxas de juros praticadas no país, sejam de empréstimos ou de financiamentos.
A principal função desta taxa é servir de ferramenta para controlar a inflação.

Adm Explica
A lógica é a seguinte: com a queda da taxa de juros, os empréstimos e financiamentos ficam mais baratos, aumentando o acesso ao crédito, oferecendo mais dinheiro na economia e estimulando as pessoas a consumirem mais produtos, um aumento na demanda causa o aumento dos preços ocasionando o cenário de inflação.
Já em um cenário oposto, se as taxas sobem, empréstimos e financiamentos ficam mais caros, limitando o acesso ao crédito, o país tem menos dinheiro em circulação, desestimulando o consumo porque as famílias optam por guardar o dinheiro, dessa forma, controlando a inflação.
E por último mas não menos importante, a projeção para a taxa Selic sobe para 6,5% a.a. mesmo após o ajuste do Copom na última reunião da quarta-feira passada.
Comparado com a taxa atual, caso concretizado seria um aumento de 2,25 pontos percentuais.