“Encosta sua cabecinha no meu ombro e chora…”. O Banco Central da Argentina (BCRA) elevou em 2% sua taxa básica de juros após quase um ano. A taxa estava em 38% e agora 40%.
É como dizem; “sempre que você achar que está mal, pode ter certeza que tem alguém pior”.
O bicho tá pegando na Argentina?
É verdade que a coisa está feia para todo o mundo. A inflação come solta mesmo nos países desenvolvidos, mas para os países emergentes, ela está de parabéns.
O país do Messi sofre uma inflação que está em 50%. Quase na mesma faixa está a porcentagem de cidadãos argentinos na linha da pobreza.
A título de comparação, a inflação no Brasil está em pouco mais de 10%. E o percentual de brasileiros na pobreza está em cerca de 12%.
Além disso, a Argentina aumentou os limites mínimos dos juros de prazo fixo para aqueles que têm títulos do tesouro nacional. Para pessoa física será de 39% ao ano e para outros agentes, 37%.
Ué, se a inflação lá está em 50%, uma taxa de juros de 40% ajuda?
Segundo o FMI (Fundo Monetário Internacional), não. O FMI é uma organização criada para tentar colocar ordem nas finanças dos países, visando evitar um colapso em cadeia a nível universal.
Aliás, a Argentina só subiu sua taxa básica de juros, a Leliq, após muita perturbação do Órgão internacional. Contudo, a elevação não é suficiente para aplacar a inflação malvadona.
Um dos maiores fatores para esse caos na economia dos nossos rivais no futebol foi a impressão descontrolada de dinheiro durante a pandemia.
Ok, até os EUA fizeram isso, mas veja, o todo poderoso tem lastro, a Argentina já está com a economia capenga há anos.
E agora? Só Jesus na causa?
Com certeza uma oração é sempre válida. Porém, ajuda se o governo hermano elevar a sua Leliq para o mesmo patamar da inflação, como pede o FMI. Vez que, 40% não basta.
Como você já sabe, o aumento da taxa de juros desacelera a economia, já que pedir empréstimos e fazer financiamentos fica mais caro. A população segura a carteira no bolso, e o equilíbrio de oferta de produtos com demanda de clientes acontece.
Ademais, a Argentina também criou uma nova Leliq, com juros fixo de 44% e prazo mínimo de 180 dias.
Tem que agradar os investidores, senão é “beijinho, beijinho, tchau, tchau”.