O texto de lei para privatização da Eletrobras, maior empresa do setor elétrico da América Latina, foi aprovado no ano passado, e agorinha a pouco os trabalhos para a desestatização começaram.
E aí, como será essa privatização?
Olha, na verdade está mais para capitalização do que para privatização. Afinal, o que vai acontecer é a venda de uma parcela de ações da Eletrobras por parte do governo para quem quiser comprar. Seja pessoa física ou jurídica.
Atualmente, o governo detém 60% dos papéis da empresa. O objetivo é vender 15% dos títulos e ficar com 45%.
Isso quer dizer que com menos de 50% das ações, o governo deixaria de ser o sócio majoritário, passando o controle acionário para agentes privados que detiverem a maior parte.
É… Bais ou Benos, Bais ou Benos…
Ué, como assim mais ou menos? Não vou poder decidir tudo que acontece nessa bagaça?
Claro que vai! Tudo que o governo permitir. Pois é, pedaço do meu coração, o projeto de lei foi aprovado com essa ressalva. Apesar de estar com a menor fatia do bolo de ações, o governo ainda será aquele que vai bater o martelo.
O valor dessa parte de 15% que será cedido pela União está na faixa de R$ 22 a 26 bi. O governo diz que a longo prazo o alcance será de cerca de R$ 100 bilhões, já que pretende oferecer mais quotas no futuro.
Ok, mas a conta vai ficar mais barata ou não?
Tem coisas que só Jesus Cristo sabe. Contudo, nossos líderes políticos dizem que sim, porque afinal, uma estatal a menos para administrar reduz custos para o contribuinte.
Todavia, analistas dizem que a conta vai aumentar, em razão da decisão do Congresso Nacional de adicionar no projeto algumas contratações que serão pagas, sabe por quem? Eu, você e o Zoboomafoo.
Entre as exigências, a contratação de termelétricas movidas a gás, que são caras para um caramba, no Norte, Nordeste, Centro-Oeste e Sudeste.
Além disso, as Usinas de Angra e a Itaipu Binacional não estarão na prateleira para venda, apesar de serem subsidiárias da Eletrobras.
Hoje, a estatal criada para acompanhar o projeto de desestatização, a ENBPar, entrou em operação. Também está acontecendo neste exato momento, uma audiência pública dirigida pelo Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), para explicar como tudo vai acontecer.
Quem será que está certo nessa controvérsia, nossos governantes ou os analistas? Veremos.