Diante do cenário instável do mercado de criptomoedas, a Rússia vem, dentro do seu próprio cenário também instável, impor uma derrota aos entusiastas da tecnologia.
Nada de criptomoedas na Rússia
Nesta sexta-feira (15), o presidente da Rússia assinou uma lei que proíbe a utilização comercial de criptomoedas no país. Nesse sentido, a partir de agora, todas as instituições por lá ficam obrigadas a recusarem os ativos no pagamento de bens e serviços.
Apesar da proibição, as criptomoedas continuam livres para serem utilizadas como forma de investimentos no país. No entanto, a aprovação da lei surge depois de muitos atritos políticos, inclusive entre o Ministério das Finanças e o Banco Central russo.
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Contextualiza, por favor
Em janeiro, o BC russo apresentou um relatório no qual sugeria o banimento completo das criptomoedas no país. De acordo com o BC, os ativos favoreceriam atividades criminosas, além de serem muito voláteis, o que prejudicaria as ações do Estado em suas políticas.
Contudo, uma semana depois, o Ministério das Finanças entrou no jogo, e resolveu apimentar o debate. Segndo o ministério, apesar da concordância de que a substituição da moeda russa, o rublo, por criptoativos, seria danosa, o país deveria incentivar a tecnologia.
Nesta ocasião, diante do leve racha, o presidente Putin intimou os discordantes para que entrassem em um consenso. Após o vai e vem, a proposta de regulamentação do Ministério das Finanças foi a que valeu, e agora, a lei aprovada entra em vigor em 10 dias.
Quais impactos?
Diante da instabilidade no país com os conflitos na Ucrânia, as criptomoedas, em especial o Bitcoin, tornam-se uma alternativa de segurança. Por exemplo, apenas no dia 1º de março, uma semana após a invasão, os russos compraram cerca de US$ 1,5 bilhão em bitcoin.
Contudo, com a aprovação da lei, o medo de que novas proibições ocorram gera desconforto para os entusiastas do mundo cripto. Isto pois, além do volume, a Rússia é responsável por 10% de todo o poder computacional que valida os bitcoins na rede.